Dengue no Paraná: confira o quadro da doença no Estado e estratégias de enfrentamento

Por Gabriela Broliani - 20 de fevereiro de 2024

Em: ATENÇÃO EM SAÚDE

Segundo o último informe epidemiológico da dengue no Paraná, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA-PR) na terça-feira, dia 13 de fevereiro, foram registrados 8.441 novos casos da doença no Estado só na última semana (entre 6 e 13/02). No mesmo período, o estado teve sete novas mortes.

O COSEMS-PR vem acompanhando os informes epidemiológicos sobre a dengue no Paraná semanalmente. Os dados resumidos de todos os boletins divulgados desde o início do ano estão atualizados e disponíveis no destaque do nosso perfil, no Instagram.

Desde o segundo semestre de 2023, os casos de dengue no Paraná vêm crescendo, acompanhando a tendência nacional. O vírus da dengue é endêmico no Estado e tem se beneficiado do calor e das chuvas para se reproduzir.

Até agora, desde o início do período epidemiológico iniciado em 30/07/2023, já foram 37.516 casos confirmados, sendo 33.428 autóctones, ou seja, de origem local. Se comparado com o mesmo período em 2022/2023 são quase dez vezes mais casos registrados (37.516 frente a 3.683).

Os casos severos no período anterior (2022/2023) somavam 85 e, agora (2023/2024), já são 1.000, espalhados por todo o Estado. Isso demonstra a situação delicada que os profissionais da saúde, gestão pública e os cidadãos paranaenses têm enfrentado. Apesar disso, os esforços para o fim da dengue no Paraná têm sido eficazes: até o momento foram registradas 15 mortes – no período passado foram 5, mesmo com o número bastante inferior de casos.

Uma das estratégias para enfrentamento à doença no Estado é o Método Wolbachia.

Plano de ação para enfrentamento da Dengue no Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR) desenvolveu um Plano de Ação para o Enfrentamento da Dengue, Zika e Chikungunya no Estado, contemplando cinco frentes: Vigilância Epidemiológica, Vigilância e Controle Vetorial, Atenção à Saúde, Gestão e Comunicação.

Entre as ações estratégicas, estão:

  • Disponibilizar Boletins Epidemiológicos de Arboviroses para divulgação dos dados no site da Dengue;
  • Construir painel de monitoramento epidemiológico para arboviroses (doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela);
  • Acompanhar a destinação correta dos resíduos e embalagens dos produtos químicos utilizados pelos municípios e SESA-PR;
  • Prover aos municípios insumos estratégicos (adulticidas, larvicidas e EPIs) e apoio técnico;
  • Promover e apoiar iniciativas de sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde das portas de entrada da Atenção às Urgências para aprimorar o manejo clínico das arboviroses;
  • Ampliar investimento no combate ao Aedes aegypti e avaliar a necessidade de repasse de recursos para apoio aos municípios.

O que tem sido feito na prática pelos órgãos responsáveis?

Em 24/01, a equipe do COSEMS-PR participou da 1ª Reunião do Comitê Intersetorial da Dengue, que contou com a presença de atores do Ministério Público, Defesa Civil, Conselho Estadual de Saúde, Unimed, Casa Militar, Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Paraná (Fehospar), além de equipes técnicas da Secretaria da Saúde (SESA-PR). Na ocasião, foram discutidas ações de mobilização e vigilância permanente com o objetivo de reduzir os casos da doença e o número de óbitos no Paraná.

Na sequência, no dia 26/01, o COSEMS-PR esteve presente na Sala de Situação Nacional das Arboviroses (SNA). Com a reemergência dos sorotipos DENV-3 e DENV-4, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, instituiu a SNA para planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas durante a resposta; articular com gestores estaduais e municipais do SUS e entidades do Poder Público; divulgar a situação epidemiológica; e assistir estados e municípios para o planejamento e execução das ações de vigilância.

No mesmo dia, em reunião do Grupo Técnico de Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), com os COSEMS de todos os estados e a presença do Diretor do Programa Nacional de Imunizações, foi determinado o esquema de vacinação da dengue para o público-alvo de regiões endêmicas, em 521 municípios.

Em outra reunião, no dia 06/02, foram apresentados dados sobre a dengue no Paraná,  considerando a imunidade e riscos para as formas graves da doença, bem como sobre as ações que as instituições representadas no Comitê têm realizado no enfrentamento às arboviroses. Destaque para a 6ª edição do Manual da Dengue sobre o Diagnóstico e Manejo Clínico (adulto e criança), documento necessário para apoiar o trabalho das equipes na assistência aos pacientes.

Novas tecnologias: Método Wolbachia

Na mesma ocasião, foi discutida a necessidade de implantação das Novas tecnologias no enfrentamento à dengue no Paraná. Nesse sentido, os municípios de Foz do Iguaçu e Londrina irão receber biofábricas que produzirão mosquitos portadores da bactéria Wolbachia.

O Método Wolbachia é uma iniciativa do Programa Mundial de Mosquitos (WMP), implementado no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), emprega a bactéria Wolbachia no combate às arboviroses, enfermidades transmitidas por mosquitos. Essa abordagem envolve a introdução de Aedes aegypti infectados com Wolbachia na população local, permitindo que se reproduzam e estabeleçam uma nova geração de mosquitos, todos eles carregando a bactéria. Conhecidos como Wolbitos, esses mosquitos não são geneticamente modificados e não são vetores de doenças.

A Wolbachia é um microrganismo intracelular encontrado em aproximadamente 60% dos insetos na natureza, mas originalmente ausente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesses mosquitos, ela impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, dentro do próprio mosquito, o que contribui para a diminuição dessas doenças.

O que tem sido feito na prática, nos municípios?

Desde o início de 2024, o COSEMS-PR tem acompanhado também as ações que estão, de fato, sendo realizadas nos municípios do Estado. As principais atividades são mutirões de limpeza e eliminação de criadouros; ações educativas com a comunidade e nas escolas e aplicação de inseticidas.

O acompanhamento das ações locais é muito importante para o COSEMS, já que a instituição é a ponte entre os órgãos responsáveis pela saúde e as secretarias dos 399 municípios do Estado. “Com esta rotina, que está sendo realizada graças ao trabalho local dos nossos apoiadores, estamos garantindo que a população do Paraná esteja atualizada e ciente sobre as ações de prevenção e combate que estão acontecendo em todas as regiões de saúde”, comenta Fábio de Mello, presidente do COSEMS-PR.

As imagens, recebidas semanalmente, estão sendo compartilhadas no perfil do Instagram do COSEMS-PR, mas algumas delas também podem ser conferidas na galeria abaixo.

 

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