Implante subdérmico transforma o acesso a métodos contraceptivos em Ponta Grossa

Por cosemspr - 04 de abril de 2025

Em: NOTÍCIAS

O município de Ponta Grossa vem se destacando com uma iniciativa inovadora no campo da saúde da mulher: a inclusão do implante subdérmico como método contraceptivo gratuito na rede pública. Essa experiência, coordenada pela enfermeira Manon Callaça, foi uma das vencedoras da 19ª Mostra “Brasil, Aqui Tem SUS!”, ao fortalecer a atenção primária à saúde. 

A ação amplia o acesso de mulheres em situação de vulnerabilidade a um método moderno, seguro e de longa duração. “A ideia nasceu da necessidade de oferecer uma alternativa para aqueles que não se adaptam. Por exemplo, mulheres com dependência química frequentemente têm dificuldades em aderir a métodos orais ou injetáveis, além de enfrentarem barreiras para acessar métodos definitivos”, explica Manon. 

O que é o implante subdérmico e por que ele é eficaz? 

O implante subdérmico é um pequeno bastão, de cerca de 4 cm, inserido sob a pele do braço, que libera hormônios continuamente por até três anos. O método é altamente eficaz na prevenção da gravidez, especialmente para mulheres que têm dificuldade de aderir a métodos orais ou injetáveis, como é comum em casos de dependência química ou outras situações de vulnerabilidade. 

Além disso, é uma alternativa segura e reversível, o que o torna uma opção interessante dentro do escopo do planejamento reprodutivo e sexual. 

Por que a experiência de Ponta Grossa é referência? 

A proposta surgiu da necessidade de oferecer mais equidade no acesso aos métodos contraceptivos. 

Para viabilizar a implementação, foi preciso superar dois grandes desafios: 

  • Recursos financeiros, para viabilizar a compra dos dispositivos; 
  • Capacitação técnica, tanto das equipes das Unidades de Saúde quanto dos demais setores envolvidos. 

A solução foi uma atuação intersetorial e colaborativa. A enfermeira Manon, à frente da coordenação da linha de cuidado da Saúde da Mulher, mobilizou desde gestores, profissionais da assistência, setor de compras, até a Fundação de Assistência Social, além do Núcleo Técnico responsável pela validação do novo protocolo. 

“Além disso, foram envolvidos outros setores da rede do município, incluindo a Atenção Secundária e Fundação de Assistência Social”, conta. 

Resultados e impactos 

As mulheres atendidas demonstraram alta adesão e satisfação com o implante subdérmico e expressaram satisfação em relação a ele. Não foram registrados efeitos adversos graves, e a experiência contribuiu para fortalecer o papel do profissional de enfermagem como protagonista no planejamento familiar. 

“Isso resultou em uma Atenção Primária mais fortalecida, alinhada aos princípios de equidade, universalidade e integralidade do cuidado do SUS”, explica. 

Dicas para replicar a iniciativa em outros municípios 

  • Investir na capacitação das equipes de saúde; 
  • Estabelecer parcerias intersetoriais sólidas; 
  • Manter o foco nas reais necessidades da população. 

“Essa iniciativa é uma fonte de grande orgulho para nós. Ela fortalece a atuação do profissional enfermeiro e proporciona um método moderno e eficaz para uma população vulnerável. Esperamos que, em breve, haja uma ampliação dos critérios de elegibilidade e que todos os métodos contraceptivos estejam disponíveis conforme as indicações na avaliação clínica”, finaliza a autora da experiência. 

Sua experiência pode ser uma das vencedoras da Mostra “Brasil, Aqui tem SUS!” de 2025. As inscrições para a edição deste ano já estão abertas! Veja como participar. 

 

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