Sabendo que a gestão municipal de saúde é uma função complexa, em decorrência da dinamicidade do setor, o processo de Progestão está começando a ser implantado no Paraná e conta com o apoio do COSEMS-PR para tal. Ainda em processo inicial, a expectativa é que entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024 os gestores municipais das regiões de saúde paranaenses organizem suas agendas para poderem participar do projeto e estender os conhecimentos às suas equipes, fortalecendo a atuação do Sistema Único de Saúde (SUS).
O que é o Progestão?
A gestão eficiente dos sistemas de saúde requer profissionais capacitados, que se atualizem constantemente em relação aos avanços tecnológicos, mudanças demográficas e epidemiológicas, bem como as pressões financeiras sofridas por cada município.
Evidentemente, é uma função bastante complexa, que exige do gestor municipal conhecimentos sólidos sobre políticas de saúde, planejamento estratégico, gestão de recursos humanos, financiamento, monitoramento e avaliação, entre outros. Com o passar dos anos, foram identificadas lacunas de conhecimento que estavam interferindo na atuação da saúde nos municípios.
Portanto, o Progestão, Programa de Qualificação e Apoio às Equipes Municipais de Gestão e Planejamento do SUS, é um instrumento para superar essas faltas, por meio da capacitação dos gestores municipais. O processo fortalece a tomada de decisões embasadas em evidências, incentiva a adoção de boas práticas de gestão e, consequentemente, melhora a qualidade e a efetividade dos serviços de saúde em âmbito municipal.
Como e onde foi originado o Progestão?
O Progestão nasceu em 2019, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a partir da identificação da necessidade de um processo de formação contínua nas equipes de gestão municipal. “Conseguimos desenvolver duas semanas do processo de formação presencialmente. Com a pandemia, seguimos com alguns encontros virtuais para auxiliar especificamente nos desafios para lidar com o processo de uma emergência sanitária”, explica Fernanda de Freitas Mendonça, uma das organizadoras do projeto.
Devido à proximidade com a UEL, inicialmente, o Progestão foi direcionado para as equipes gestoras das 16ª e 17ª regionais de saúde, com sedes em Apucarana e Londrina, respectivamente. Com a implementação, o processo demonstrou ser uma iniciativa bem-sucedida, proporcionando resultados positivos na qualificação dos gestores municipais.
Assim, novos processos de formação foram realizados nos anos seguintes, abrangendo diferentes regiões de saúde e ampliando o alcance do programa, como a 18ª (Cornélio Procópio), 19ª (Jacarezinho) e 22ª (Ivaiporã) passaram a ser contempladas.
Com a expansão do programa para novas regiões de saúde, ficou cada vez mais evidente a importância da qualificação da gestão municipal da saúde e a necessidade de construção de redes colaborativas para disseminação de boas práticas de gestão e o fortalecimento do SUS.
“A gente conseguiu fazer a formação dos gestores de todas essas regiões. A ideia agora é contar com os apoiadores institucionais do Paraná para reproduzir esse processo com os gestores e, assim, contemplar todas as 22 regiões de saúde do Estado do Paraná”, detalha Fernanda.
Na prática, qual é o papel do Progestão?
O Progestão visa fornecer ferramentas teóricas e práticas, promover o intercâmbio de experiências e estimular a reflexão crítica sobre os processos de gestão na saúde. “O objetivo do Progestão é a qualificação dos gestores e das técnicas municipais de saúde”, explica Marina Martins, coordenadora técnica do COSEMS-PR.
Ao investir no fortalecimento das competências e habilidades dos gestores, o programa promove uma gestão mais qualificada, capaz de enfrentar os desafios complexos e garantir atenção à saúde de qualidade para a população.
É por meio da possibilidade de compartilhar experiência, estratégias de resolução de problemas, construção de novas ações de saúde que o Progestão atua. “Ações conjuntas acabam tendo mais força dentro da região e o Progestão também tem enfoque nisso”, fala Fernanda.
Como funciona o Progestão?
Em 2019 eram cinco oficinas que compunham o Progestão, hoje são oito. “Nós já aprimoramos e atuamos todos os temas relacionados ao trabalho do gestor, desde o que significa ser gestor, como que se dá o processo de territorialização, como é que se faz o planejamento, como se faz uma gestão orçamentária, o controle social, a gestão do trabalho, e a gestão da atenção básica e especializada”, explica Fernanda.
Os encontros presenciais acontecem, num primeiro momento, com os apoiadores. “A equipe da UEL se encontra com os apoiadores, que têm o papel de replicar o conhecimento”, detalha Marina. Os encontros nas regiões de saúde acontecem de acordo com a demanda, seguindo a necessidade e a possibilidade de agenda das regiões.
Quais os passos futuros do projeto?
Em 2023, o COSEMS-PR promoveu dois encontros presenciais da equipe da UEL com os apoiadores na formação interna da equipe. Assim, alguns apoiadores já começam em novembro a disseminação desses encontros nas suas regiões de saúde.
“Sabemos que já estamos no final do ano e os municípios estão com a agenda apertada. Por isso, a expectativa maior é que a partir de fevereiro de 2024 o Progestão possa entrar em fase de implementação na grande maioria das regiões paranaenses”, fala Marina.
A participação dos Municípios é fundamental para construir um sistema de saúde comprometido com a população paranaense. “A chave está em uma equipe comprometida e qualificada. Por isso, quero deixar um convite especial a todos vocês, gestores técnicos municipais das secretarias, para que participem do processo de Progestão: a participação de vocês faz toda a diferença nesse processo de formação e precisamos de vocês para sermos exemplos no atendimento à saúde”, finaliza Marina.
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